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Desapegar

  • Foto do escritor: Luis Bap
    Luis Bap
  • 21 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura

A má notícia quando se envelhece é o inevitável acúmulo das perdas. Perda de vigor, do brilho nos olhos, da saúde perfeita, do papel na economia, de entes queridos, a lista parece infindável. Uma das mais difíceis é a perda da independência, o que parece justificar o apego no ambiente familiar da casa própria, do local onde todas as memórias foram construídas, onde os objetos possuem história, até cheiro. Como então desapegar? Sozinho(a) ou com a(o) companheira(o), chega o momento em que se constata ter o local ficado grande demais, a manutenção cara, a circulação mais difícil. Como se mudar, com tantas lembranças e objetos. Para que? Fala-se que é para iniciar uma nova jornada, uma nova viagem. Por que não usar a mesma metáfora no desapego? Fazer a jornada com apenas uma mala. O que cabe numa mala é o realmente importante. O resto? Outra mala? Parece utópico. Ainda não tenho resposta.

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